Pensando o Fazer Discipulado – Tocha Acesa.

Certa vez ouvi uma frase de um homem experimentado naquilo que ensinava:  “Na CÉLULA vivemos o tempo do que se chama “namoro”, mas quando entramos na dimensão do DISCIPULADO, é aí que se manifestam  as verdades do “casamento” onde as realidades, confrontações e aperfeiçoamentos se mostram exigentes.”

Entendo que O FAZER DISCIPULADO não deveria ser um ambiente de “amiguinhos”, mas sim um lugar onde os “brinquedinhos da imaturidade” devem ser esquecidos e de que agora temos diante de nós as vidas que foram confiadas para serem modeladas no CARÁTER DE CRISTO. Enfim, é deixar de ser menino – Discípulo e Discipulador– I Co.13:11.

Na ação deste “FAZER DISCIPULADO” as faces se revelam. É como se o Discipulador acendesse uma tocha e a colocasse entre ele e o seu Discípulo na intenção de mostrar a este a verdade. Neste fazer, muitas vezes o Discipulador não entende que a sua face também é revelada diante do Discípulo. A chama da verdade ilumina a ambos e revela as sombras que precisam de mais luz, mais fogo. É ali, neste FAZER DISCIPULADO, que são mostradas no Discípulo e no Discipulador, suas virtudes e defeitos, potenciais e fraquezas, tese e antítese, fatos é fábulas e tanto mais. Enfim, a chama não tem compromisso com um lado apenas. Ela ilumina incondicionalmente, quase irresponsavelmente, pois não tem responsabilidade com apenas um lado. Seu compromisso é iluminar não importa o que ou quem, e por isso mostra até o que não se quer mostrar.

Quando Jesus nos enviou para FAZER DISCÍPULOS creio que Ele estava PROVOCANDO UM ENCONTRO. Um encontro de DUAS PESSOAS para transformação e não de apenas de uma, no caso o alvo, o Discípulo. Imagino que pensar diferente disso, é pensar torto. Uma balança precisa de dois pratos: aferidor e aferido e que alternam, muitas vezes, quem está sendo aferido. Tem que haver um olhar para os dois lados: peso e pesado. Isso porque, mesmo JESUS – nossa maior referência de Discipulador – foi exposto a um processo de aperfeiçoamento e aprendizado no lidar com o humano,  nas debilidades e limitações mesmo sendo ele Filho maduro – Hb.5:8,9.
Por vezes podemos até nos surpreender com atitudes de quem imaginamos já ter alcançado uma medida maior – O Discipulador. Como exemplo, tomemos João Batista. Ele foi um homem que marcou um tempo incrível na transição da profecia bíblica: da virtualidade para a realidade quando finalmente revela O Cordeiro de Deus. Quantos não gostariam de estarem presentes naquele então abandonado deserto da Judéia e contemplar “o maior furo de reportagem guardado a sete chaves dos últimos 4000 anos”?

João Batista era um Profeta e também Discipulador. Como tal, ele tinha junto de si homens para serem forjados  no caráter da revelação que ele anunciava: Jesus. Existe um episódio intrigante e que revela uma face de sombra e de desconfiança no Discipulador João Batista. Ele envolve, desastradamente, seu Discípulo numa sombra, numa demanda que era dele e não do Discípulo – Leia Lc.7:19-23. Que tipo de influência João Batista estava gerando em seu discípulo neste episódio? Aproximou-o mais da revelação de Jesus? Incentivou-o a seguir a Jesus, crer em Deus, descansar na revelação do Espírito Santo e no fenômeno da voz dos céu e da pomba que pousou sobre Jesus? Responda voce mesmo! Neste episódio, o coração do Discipulador se revela. Jesus, a luz que ilumina, acende a tocha da verdade diante do Discípulo enviado e do Discipulador enviador.  Isto me ensina que Discípulos não podem ser agentes continuadores das nossas inconsistências e dúvidas. Por que João Batista, ele mesmo, não foi até Jesus diretamente? Estava preso? Talvez! Onde se originou a dúvida de João Batista? Na prisão somente? Não sei!  É fato que o Evangelho de Mateus diz que João estava na prisão quando mandou perguntar, mas Lucas não reafirma esta citação em seu texto.

Concluindo, O FAZER DISCIPULADO não é um lugar de amenidades e grupelhos, mas de formação e adequação. Discípulos são para Jesus. É Fácil? Não! Impossível? Jamais! Uma coisa entretanto, é certa: quanto mais luz no FAZER DISCIPULADO, menos sombras; quanto menos sombras, menos virtualidade e mais realidade. Diante da Luz o véu é desnecessário, sem sentido; é peça teatral. Diante da Luz só vale rosto descoberto, senão a tocha vai embora da presença do Discipulador e do Discípulo pois já não tem sentido estar.
That's All!


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Remindo o tempo

Sobre este blog

Estas são reflexões do Ap. Renan Santiago do Ministério Apostólico Terra Fértil, na cidade do Rio de Janeiro.

Reflexionar os nosso tempos! Esta é uma imperiosa necessidade de todo cristão que vive nestes dias. Olharmos com olhos proféticos o que os desenhos dos tempos atuais estão rascunhando e o que as Sagradas Letras apontam para o que em breve há de ser.