Coragem para deixar de ser menino!


“Quando eu era menino, pensava como menino...mas, acabei com as coisas de menino.” - I Co.13:11.

Tem um tempo na vida da gente que convivemos com práticas e crenças que lá no fundo desconfiamos da sua autenticidade. Elas parecem tão santas, inocentes, que chegam a ofuscar a razão. Romper com tudo isso não é fácil pois são repetidas desde tempos passados e de geração em geração são fortemente mantidas. Tal rompimento às vezes soa como se fosse um sacrilégio, uma traição aos nossos mentores. Imagino o som da voz do Filho de Deus desde o Calvário ecoando dentro das nossas casas e subindo ao céu como um forte clamor ao Pai: “Eles são meninos: Perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”!

Lembro-me quando era menino, eu e meus irmãos, que ficávamos ansiosos para a chegada do dia em que mamãe “montava” a velha árvore de natal. Ano após ano a tradição se repetia. Havia uma eletricidade no ar! A árvore já “meia caidinha” era teimosamente erguida. O pisca-pisca com suas lâmpadas descascadas, lá ia ele pro alto da árvore para garboso iluminar como se dissesse: “Olhem, funcionei!”. Depois de montada com suas bolas de vidro coloridas, esperávamos a noite chegar para ficar parados, hipnotizados diante da árvore que piscava, piscava, piscava... Por toda a casa figuras de papai noel eram coladas nas paredes. Era um templo erguido dentro de casa. Era mais um que se somaria aos altares da cidade ateniense nos dias de Paulo – Atos 17:23. A garotada de hoje não tem noção do que isso representava para nós naqueles dias. Era um fascínio, um culto, uma adoração! Mas, éramos meninos, literalmente meninos. Na passagem do dia 24 para 25 de dezembro íamos dormir cedo, ansiosos para sermos acordados e ver todos os pacotes de brinquedos que esperavam por nós. Que festa! Na manhã do dia 25 descíamos o morro para “exibir” nossos brinquedos: arco e flecha pra acertar alguém, boliche que não parava em pé, bicicleta? Nem pensar! Só pra os “riquinhos”! Na noite de 25 de dezembro lá íamos para a igreja que nos recepcionava e reforçava a crença com guirlandas na entrada e lá no “altar” uma imponente árvore de natal (sem pisca-pisca, é claro, para nossa decepção) disputando com o sisudo e ameaçador púlpito com a "cerquinha" em volta como se falasse: "proibido ultrapassar: Solo santo!".

Tudo isso seria muito lúdico e inocente se não revelasse uma ausência completa de discernimento espiritual. Não sabíamos que fazendo parte do Reino de Deus ainda estávamos presos a uma prática do reino das trevas. É duro considerarmos isso, mas é a realidade. Éramos meninos no entendimento. Paulo expressa isso ao comparar as nossas práticas com o nível da nossa maturidade. Ele mesmo se incluíu. A luz que temos hoje não é a mesma de anos passados. Romper com a meninice é romper com o “faz-de-conta”. Não adianta se “fingir de morto” ignorando os fatos de que tais práticas “natalinas” estão exaustivamente expostas como contrárias ao Reino de Deus. "Nada a ver!", pode alguém pensar, mas perdoe-me, nada podemos contra a verdade (2Co.13:8).

Deixar de ser menino não é algo que se consegue sem que haja uma decisão: DEIXAR! O ser homem, conforme 1Co.13:11, é resultado de ato da vontade. Vontade de romper. Vontade de crescer. Vontade de ser como homem.

Shalom!

Remindo o tempo

Sobre este blog

Estas são reflexões do Ap. Renan Santiago do Ministério Apostólico Terra Fértil, na cidade do Rio de Janeiro.

Reflexionar os nosso tempos! Esta é uma imperiosa necessidade de todo cristão que vive nestes dias. Olharmos com olhos proféticos o que os desenhos dos tempos atuais estão rascunhando e o que as Sagradas Letras apontam para o que em breve há de ser.